domingo, 14 de agosto de 2016
O escritor, historiador, advogado e ex- Militar Jomar da Silva Moraes, falecido neste domingo, 14, às 06h30, aos 76 anos. Ele teve um mal estar com queda de pressão e chegou a passar pelo procedimento de colocação de marca-passo provisório e não resistiu. O velório será na Academia Maranhense de Letras, mas ainda não foi informado o horário e nem local do sepultamento.

Natural da cidade de Guimarães-MA, nasceu em 6 de maio de 1940. Filho de José Alipio de Moraes Filho e Marcolina Cyriaca da Silva era pesquisador, ensaísta, cronista, crítico e historiador da literatura maranhense, atuou como procurador da Universidade Federal do Maranhão. Ele era também editor de textos, mantendo estreitos laços de colaboração na imprensa de São Luís.

Em setembro de 2015, Jomar Moraes, que ocupa a cadeira de nº 10 da AML, doou para a biblioteca central da Universidade seu acervo bibliográfico com mais de 40 mil obras reunidas ao longo de todos os anos de estudo e pesquisa e servirá de material de estudo e consulta para a comunidade acadêmica. “Essa biblioteca é minha vida e doá-la é um ato de consciência para preservação desse bem maior. Quando doente, passei 20 dias internado na UTI, e com uma angústia porque nunca fui hospitalizado. Então, durante esse período, lembrei-me de três coisas: minha família, minha biblioteca e do livro de César Marques que estava editando. Nesse tempo, fiquei pensando na destinação que daria à minha biblioteca, e não tive uma decisão melhor se não doá-la para a UFMA, onde vivi boa parte da minha vida, não só como estudante, mas também como funcionário”, relatou, na ocasião, o escritor.

Ele também contou que as bibliotecas a serem doadas devem ser bibliotecas importantes e não resto de biblioteca porque, segundo Jomar, aqui há o costume de pegar os livros que quer e o que não quer como rejeito, quase como lixo e levar pra biblioteca pública. “Eu tenho essa experiência porque fui diretor da biblioteca pública e, muitas vezes, eu rejeitei. Lá, chegavam livros velhos, ultrapassados e eu dizia, leve para o lixo, aqui não se recebe. É uma falta de respeito pegar um livro velho que não se quer mais e levar pra biblioteca”, lembrou.

Trajetória - Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Maranhão, colou grau em 24 de julho de 1976. Especialista em Direito Empresarial (curso realizado em São Luís, de 31 de julho de 1976 a 5 de fevereiro de 1977, com 360 horas/aula; convênio UFMA/INCRA/UnB). Especialista em Comunicação Social, áreas de Rádio e TV, Publicidade e Propaganda (curso realizado em 5 etapas, de 6 de julho de 1982 a 21 de abril de 1984, com 600 horas/aula). Mestre em História, com área de concentração em História do Brasil, convênio UFMA/UFPE. Recife, 2002. Doutor Honoris Causa da UEMA – Universidade Estadual do Maranhão. São Luís, 6 de agosto de 2010.

Sua primeira função foi soldado da Polícia Militar do Maranhão, onde permaneceu de 1959 a 1967, chegando, por cursos, à graduação de 3° sargento. Diretor do Serviço de Administração da Secretaria de Educação e Cultura (1970-71); diretor da Biblioteca Pública do Estado (1971-73); diretor do Departamento de Assuntos Culturais da Fundação Cultural do Maranhão (1973-75); diretor do Serviço de Imprensa e Obras Gráficas do Estado-Sioge (1975-80); diretor do Departamento de Assuntos Culturais da Universidade Federal do Maranhão (1981-85); secretário de Estado da Cultura do Estado do Maranhão (1985-87).

Pertenceu, em dois mandatos consecutivos, ao Conselho de Administração do Instituto de Previdência do Estado do Maranhão-IPEM e ao Conselho Estadual de Cultura, que posteriormente presidiu, na condição de secretário da Cultura. Representou a Academia Maranhense de Letras no Conselho Universitário da Universidade Federal do Maranhão em cinco mandatos de dois anos cada. Integrou, de 1987 a 1988, a Comissão Nacional do Centenário da Abolição e a Comissão Nacional do Guia Brasileiro de Fontes para a História da África, da Escravidão Negra e do Negro na Sociedade Atual. Foi estagiário da Escola Superior de Guerra (Rio de Janeiro, 1980).

Membro correspondente dos Institutos Históricos e Geográficos do Piauí e do Distrito Federal, da Academia Paraibana de Letras e da Academia Paranaense de Letras. Cidadão honorário de São Luís, de Buriti Bravo e de Alcântara. Auditor Fiscal do Estado do Maranhão; advogado da Universidade Federal do Maranhão, desde setembro de 1984 e, a contar de 1990, procurador federal com exercício na referida Instituição de Ensino Superior, da qual foi procurador-chefe no período de novembro de 1996 a agosto de 2006.

Detentor das medalhas: Santos Dumont, do Ministério da Aeronáutica; Brigadeiro Falcão da Polícia Militar do Maranhão; João Lisboa, do Conselho Estadual de Cultura do Maranhão; do Sesquicentenário da Adesão do Maranhão à Independência, do Mérito Timbira, da Ordem dos Timbiras (grande oficial) de comendador do 4º Centenário de São Luís do Governo do Maranhão; comendador da Ordem de Rio Branco (Brasil) e da Ordem Nacional do Mérito de Portugal; Medalha Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras; Padre Antônio Vieira, da UBE-RJ, e Simão Estácio da Silveira, da Câmara Municipal de São Luís.

Agraciado ainda com a medalha do 4º Centenário de São Luís, outorgada pela Assembleia Legislativa do Estado e, com as Palmas Universitárias, conferidas pela Universidade Federal do Maranhão. Distinguido com 11 prêmios literários e com os diplomas de Personalidade Cultural (1980) e de Mérito Cultural (1981, 1988, 2000 e 2005) da União Brasileira de Escritores – Seção do Rio de Janeiro.

Dotado de uma sensibilidade literária, Jomar era referencia para todos e, para retratar um pouco de sua historia, reproduzimos o vídeo, produzido pelo Museu da Memória Audiovisual do Maranhão - MAVAM

Vídeo: Museu da Memória Audiovisual do Maranhão - MAVAM
Texto: Portal da Universidade Federal do Maranhão - UFMA

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