segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017
Foram oito meses de aulas e de muita força vontade. Os mais de 9, 3 mil alunos matriculados no ‘Sim, eu posso’, em sua maioria, idosos entre 50 e 90, que nunca tiveram a oportunidade de estudar, agora podem escrever e ler suas próprias histórias.

“Eu achava que seria muito difícil, mas foi fácil. Só precisava dessa chance para aprender a ler e escrever. Agora é continuar e ir cada vez mais longe”, afirma Maria Gomes de Melo da Silva, que se alegra em contar que nunca perdeu nenhum dia das aulas realizados na cidade de Governador Newton Belo, umas das oito cidades contempladas com a primeira fase do programa.

Realizado para alfabetizar maranhenses que nunca tiveram contado com a vida escolar, o programa integra as ações do projeto ‘Jornada de Alfabetização’, é executado pelo Movimento Sem Terra (MST) e coordenado pelas Secretarias de Estado da Educação (Seduc) e de Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop) e conseguiu alcançar números expressivos no combate ao analfabetismo no Maranhão.

Desde maio de 2016, os mais de 9,3 mil alunos foram divididos entre as 702 turmas distribuídas nas sedes e centenas de povoados dos municípios de Aldeias Altas, Água Doce do Maranhão, Governador Newton Bello, Jenipapo dos Vieiras, Itaipava do Grajaú, Santana do Maranhão, São João do Caru e São Raimundo do Doca Bezerra, cidades que fazem parte do Plano Mais IDH, programa que  tem como finalidade melhorar os indicadores sociais nas regiões de menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) com a realização de ações planejadas e que consideram as demandas mais urgentes da população.

Todas as turmas encerram as atividades de alfabetização em janeiro deste ano, totalizando alunos alfabetizados em apenas 8 meses de aulas. O método de ensino foi concebido pelo Instituto Pedagógico Latino-Americano e Caribenho de Cuba (Iplac) que, aliado aos círculos de cultura da pedagogia de Paulo Freire, ajudou os jovens, adultos e idosos a vencerem o analfabetismo no Maranhão.

Sr. Valdemiro agradeceu o Governo do Estado em nome dos alunos de Aldeias Altas. “Foi uma beleza. Sou muito grato por ter aprendido a escrever, agora sei escrever meu nome e reconhecer as palavras. A Cidade de Aldeias Altas vai ser eternamente grata por esse trabalho realizado aqui”, afirma.

Outro formando que fez questão de contar sua história de vida foi Isidoro Oliveira de 75 anos, o idoso, conhecido em Newton Bello por ter 44 filhos, explica que a alfabetização era o que faltava em sua vida. “Já escrevo e faço umas continhas. O programa realizou com vontade que sempre tive de aprender a ler e escrever”, explica o idoso.

Já que alfabetização é só o primeiro passo de histórias que ainda terão muitos capítulos, dona Antônia Pereira Araújo da Silva, de 60 anos, deu seu recado. “Tive uma vida difícil na roça. Sempre sonhei em chegar aqui. Queria ser advogada, juíza ou médica e chegar aqui com esse diploma já é bom demais”, conta emocionada.

Investimentos e ampliação

Somente para a primeira fase do ‘Sim, Eu Posso’ no Maranhão, correspondente ao ano de 2016, o Estado investiu R$ 7.380.022,90. Para a execução do programa foi montada uma extensa equipe de 702 alfabetizadores e 71 coordenadores de turma voluntários bolsistas, contratados por meio de processos seletivos.

Na segunda etapa do programa, referente a 2017, prevista para começar em abril, serão 32 mil pessoas alfabetizadas em 20 municípios a serem escolhidos. “O programa vai continuar e os, hoje, formandos vão convidar os amigos, vizinhos e todos para participar, fazendo com que o Maranhão seja declarado território livre do analfabetismo”, declara o secretário estadual de Educação, Felipe Camarão.

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