segunda-feira, 27 de março de 2017
O evento foi organizado pelo Grupo de Trabalho de Política de Classe para Questões Etnicorraciais, de Gênero e Diversidade da APRUMA

SÃO LUÍS – Foi realizado nesta quinta-feira, 23, no Auditório Ribamar Carvalho, na Área de Vivência, o debate sobre os Impactos da Reforma da Previdência na Vida das Mulheres. O debate foi organizado pelo Grupo de Trabalho de Política de Classe para Questões Etnicorraciais, de Gênero e Diversidade da Associação dos Professores da Universidade Federal do Maranhão (Apruma).

A palestra foi proferida pela pesquisadora do Instituto de formação de lideranças operárias e sindicais, Erika Andreassy, que abordou os direitos das mulheres, enquanto trabalhadoras e da luta que elas precisam travar para obtê-los. “Estamos vivendo um momento muito importante que vai atacar o direito de todos os trabalhadores, mas há um setor que vai ser muito penalizado que são as mulheres. Primeiro porque existe uma série de medidas que retiram os direitos das mulheres que estão plasmados na constituição”, contou Erika.

A palestra trouxe ao público quais os aspectos da reforma da previdência que atingirem diretamente as mulheres. A equiparação da idade para aposentadoria é apenas uma delas. O aumento do tempo de contribuição para se aposentar, por terem muito mais dificuldade de acumular tempo de contribuição; o fim da aposentadoria especial para professoras, assim como o fim para trabalhadoras rurais já que no campo a expectativa de vida da mulher é menor, e vários outros aspectos que atingem a mulher de uma forma especial, ressaltando sempre que a mulher está inserida ano mercado de trabalho de uma forma inferior ao do homem.

Na ocasião, também foi lançada a cartilha em defesa dos direitos das mulheres, dos indígenas, dos negros e dos LGBT. A cartilha foi uma demanda apresentada no Congresso do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES), dentro do Grupo de Trabalho de Política de Classe para Questões Etnicorraciais, de Gênero e Diversidade onde foi apresentado a necessidade de se fazer um material que pudesse ser trabalhado nas universidades. “Esta cartilha foi trabalhada durante um ano e lançamos no segundo encontro nacional da educação. A cartilha é uma luta na importância do debate de gênero, sexualidade e raça estarem inseridos nas escolas. Ela vem auxiliar os professores a trabalharem com estes temas dentro dos espaços educativos de concepção e o lançamento dela foi para fortalecer as instituições que são instrumento de formação e combate às opressões”, afirmou Caroline de Araújo Lima, da direção da Associação Docente dos Professores da Universidade Estadual da Bahia (ADUNEB).

A diretora de Dignidade Humana e que está à frente do evento, Cláudia Durans, destacou o contexto de crises que a sociedade brasileira está inserida. “Estamos sofrendo muitos ataques de direitos há muito tempo conquistados da classe trabalhadora brasileira e um destes ataques é a reforma da previdência”, frisou. Para ela, a importância do debate na Universidade é para que a comunidade acadêmica se aproprie, tenha conhecimentos e fundamentos cada vez mais, deste tema.

“A reforma não ataca só as pessoas que estão se aposentando, mas sim as futuras gerações. Nós queremos criar um caldo de cultura contrária a essas reformas de forma a chamar nossa juventude, os estudantes, professores e demais setores a somarem com essa luta e garantir os direitos que conquistamos na constituição de 88”, finalizou Cláudia.

O presidente da APRUMA, Antônio Gonçalves, também destacou que a atividade foi pensada na comemoração do dia internacional das mulheres e que o mês de março se propõe a ser um mês de luta. “Decidimos realizar esse debate somente hoje e não no dia 8, pelo semestre acadêmico ter iniciado nesta semana.  Achamos melhor ter a presença da comunidade acadêmica pela relevância das discussões. A nossa expectativa as abordagens apresentadas tenham impacto e provoque reflexões”, destacou.


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